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O que a neurociência tem a ver com a prática da solidariedade? Tudo!

Por: Erika Mota Santana, assistente social, socióloga, consultora, professora universitária e integrante do Movimento por Uma Cultura de Doação.

Foto: Erika Mota Santana, integrante do Movimento Por uma Cultura de Doação

Quando a ciência traz uma explicação por meio de uma justifica, entendemos que foram feitos vários testes, até que tal fato se comprovasse, é a famosa frase “contra fatos, não há argumentos”. Trago para conhecimento e reflexão por meio deste texto a associação do sentimento de solidariedade, a descoberta da década de 1990, o “neurônio do espelho”.


Sabemos que somos resultados do que aprendemos, vivemos, assistimos, imitamos, ouvimos e falamos, este processo é presente na nossa condição de crescimento, de vida e envelhecimento, é condição nossa de sobrevivência, a cada segundo temos a oportunidade de aprender algo.


Este desempenha uma função primordial no desenvolvimento do comportamento humano, pois explica através de várias comprovações que é o resultado orgânico para nossa evolução de sobrevivência por aprendermos sempre algo.


Estes neurônios, intitulados como “Neurônios do Espelho”, são ativados quando observamos atitudes, gestos, palavras de outras pessoas e isso desperta em nós o desejo de fazer igual ou no mínimo semelhante ao que vimos.


O que mais desperta interesse neste assunto é o fato desse espelhamento não depender obrigatoriamente das nossas recordações, ou seja, a simples condição de observamos algo com o olhar em qualquer momento de nossas vidas, nos estimula a ter a vontade de fazer igual. A ciência justifica que é possível aprender algo até no último momento de nossa existência.


Os neurônios do espelho foram descobertos por acaso, não houve a intenção direta em pesquisá-lo. De acordo com a história, sua origem se deu sem querer por pesquisadores de origem italiana na década de 1990 a 1994. Nesta época foi feita a comprovação por meio de diagnósticos de pesquisa, que com o simples fato de observarmos as atitudes dos outros é possível ativar algumas regiões no cérebro de quem também os observa, e desencadear ações semelhantes.


De acordo com a ciência já se entende que esta, é uma das maiores descobertas dos últimos tempos; o sentimento é de inspiração e um desejo involuntário de querer fazer igual.


Isto explica por consequência quando desejamos fazer o bem sempre que vemos outras pessoas fazerem, e quanto mais nos engajamos, mais sentimos vontade de continuar reproduzindo este sentimento e atitude.


A associação das ações de solidariedade, voluntariado, a prática em causas humanitárias e filantrópicas também têm sua natureza na liberação de hormônios gerados pelo neurônio do espelho, isto explica o sentimento contagiante que se sentimos quando estamos envolvidos, em grupos ou sozinhos, em iniciativas de cunho solidário, ou seja, quanto mais se engaja em causa sociais de forma voluntária, mais vontade se tem de alguma maneira querer ajudar.


A solidariedade é a vontade da prática do bem ao próximo, e a força motriz gerada pelo exemplo, são atitudes construídas e observadas por todos nós, contagiando outras pessoas. É a reprodução repetida praticada por todos. Sendo assim, que possamos cada vez mais praticar o bem, e de acordo com a ciência, ser cada vez mais espelho/exemplo para sociedade. Já dizia o poeta “Gentileza, gera gentileza”.


 

Artigo integrante da 4ª edição "Vozes do MCD"


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