Por Renata Cavalcanti Biselli, Superintendente Executiva da Associação Beneficente Alzira Denise Hertzog da Silva (Abadhs), conselheira de instituições sem fins lucrativos que atuam em Saúde, Educação e Assistência Social e integrante do Movimento por uma Cultura de Doação.
Quando comecei a pensar sobre este artigo, cujo tema - imagino que já sabem - é sobre DOAR, fui atrás de sua definição no dicionário.
Aprofundando meu pensamento sobre o que eu gostaria de escrever busquei a diferença entre DAR e DOAR, que compartilho aqui com vocês:
“O verbo DAR significa, entre outras coisas, «pôr na possessão (de)»; «ceder, entregar, oferecer (algo de que se desfruta ou de que se está na posse), sem pedir contrapartida»; «oferecer como presente ou brinde a»; e «passar às mãos (de)». Por sua vez, o verbo DOAR é, essencialmente, um termo jurídico e quer dizer «transferir de modo legal e gratuito (bens ou vantagens) a (outrem)» ou, por extensão de sentido, «transmitir gratuitamente a posse de (alguma coisa) a; oferecer». Em sentido figurado, ainda é «dedicar (algo) a ou dedicar-se a (uma causa ou alguém); entregar(-se)».”
Refletindo sobre as definições acima, fica a leveza do sentido figurado ao utilizar a palavra “DEDICAR”, que por sua vez, tem entre seus significados “ofertar algo com empenho, de maneira afetiva.”
Destaco, portanto, o termo “AFETIVO” como definidor do ato de doar e não simplesmente dar algo a alguém. É a partir do afeto construído que se demonstram emoções ou sentimentos, também diz o nosso velho amigo dicionário.
E ser afetivo com o que nos é caro, com o que compreendemos e nos conectamos é fácil. Compartilhamos campanhas com nossos amigos e familiares, postamos nas redes sociais. Vamos em caminhadas e vestimos a camisa. Nos enchemos de orgulho.
Mas e ser afetivo com temas áridos e controversos? Temas que nós não temos muita clareza do que sentimos, que tem um “quê” que nos incomoda, mas que de alguma forma, o mundo 'fora' parece gritar conosco de que deveríamos agir? Como fazer?
Deixo aqui um pedido para que cada um reflita sobre qual é seu tema árido. Algum pré-conceito? Alguma dor anterior que envolve a questão? Alguma aversão? O mantra compaixão-conhecimento-empatia é um caminho possível para a reviravolta no seu ato de doar.
Pratique.
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