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Inovação social, uma questão de atitude

Por Elpís Pechlivanis Ziouva, co-fundadora da Educação para Gentileza e Generosidade (EGG) e sócia da Umbigo do Mundo Comunicação. Atua na interseção entre inovação, educação e impacto social. Apaixonada por transformar ideias em ações que impactam positivamente as comunidades. É também integrante do Movimento por uma Cultura de Doação (MCD).


pch.vector / Freepik


Inovação Social: Uma Questão de Atitude


Quando atendi ao chamado para escrever nesta coluna, fui logo articulando em minha mente inúmeras possibilidades. Mas, ao me deparar com oito temporadas e uma variedade de textos recheados de excelente conteúdo, congelei. O que escrever para um público tão especializado, com ideias e realizações surpreendentes e tão inspiradoras? Como inovar em um espaço onde tanto já foi feito? Isso é realmente possível?


Inovação parece sempre um jargão gasto, junto com todos aqueles que são muito próprios do meu dia a dia de formação, design thinking, técnicas diversas, mediações criativas, entre outros tantos métodos e formas. Ela existe de fato? É possível inovar num cenário onde tudo parece já ter sido feito, testado e implementado?


Importante pontuar que a inovação pode surgir de qualquer local, espaço e tempo, pode ter vindo de discussões em grupo ou de um indivíduo – pessoalmente tenho a convicção (que contraria muitos dos meus colegas designers raiz), de que a inovação surge do indivíduo único (não temos mentes compartilhadas, ainda!) e que o seu desenvolvimento, esse sim, é e deve ser feito por um grupo multidisciplinar. Posso passar dias aqui descrevendo técnicas e fórmulas, mas a inovação – aquela boa que nos surpreende, surge da necessidade, de um desafio, da dor (sua ou de alguém). Ela não precisa de um grande  investimento institucional para se desenvolver, nem de técnicas e ferramentas de ideação. O que ela precisa é de vontade.


E depois – alerta para todos os queridos investidores sociais – precisam sim de um fomento, de alguém que acredite na ideia, na “invenção social”, que consiga enxergar para além do que fica bonito de contar num release ou no seu relatório social, mas daquilo que traz um benefício para uma comunidade, seja ela grande ou pequena, periférica ou não, mas isso é assunto pra outro artigo (quem sabe o próximo!).


 Essas interconexões entre empresas financiadoras, filantropos, setor público e comunidade são essenciais para que invenções sociais se tornem negócios sociais que de fato tragam benefícios a uma comunidade ou sociedade em geral. Ezio Manzine destaca que inovações sociais só prosperam em ambientes favoráveis. Em Design, When Everybody Designs: An Introduction to Design for Social Innovation (MIT Press 2015), ele afirma que “essas inovações sociais são entidades vivas que podem sobreviver e florescer somente num ambiente favorável” (tradução livre), sendo fundamental que governos e instituições criem um ecossistema regulatório e econômico para sustentá-las.


A melhor forma de demonstrar isso é através de exemplos, e temos tantos ótimos que passaram pelas nossas telas do Programa o Poder dos Jovens – uma parceria entre a Educação para Gentileza e Generosidade e o Observatório do Terceiro Setor – por onde já passaram mais de 50 jovens lideranças que desde muito cedo buscaram solucionar questões sociais de suas comunidades e de seu país, com inspiração no seu próprio mundo para trazer um - ou muitos – benefícios para a sociedade. Vindos de diversas camadas da sociedade e de todos os cantos deste país, a fala descomplicada e repleta de atitude desses jovens é um convite à reflexão sobre as nossas práticas diárias tanto profissionais quanto pessoais.


Inovação social não precisa ser radical, disruptiva ou inédita. Ela acontece quando alguém decide enxergar um problema de um ângulo diferente e agir para resolvê-lo. Esses jovens transformadores nos mostram como inovar é colocar em prática, sem burocratizar, sem esperar condições ideais. Se a inovação social já é realidade, cabe a nós ampliarmos seu impacto – apoiando, incentivando e ecoando as vozes deste nosso Movimento por uma Cultura de Doação. E para você, inovação social é uma realidade possível? Compartilhe sua visão nos comentários e vamos juntos ampliar essa conversa ;)

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Produzido pela equipe do Movimento por uma Cultura de Doação 2024

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