Por Samuel Simões Neto
Nome em grande destaque no mundo nos últimos anos, a bilionária norte-americana Mackenzie Scott vem ganhando espaço pela forma inovadora como vem doando parte de sua riqueza para fortalecer organizações sem fins lucrativos ao redor do mundo. As doações iniciaram em 2019, com US$ 1,7 bilhão para 116 organizações norte-americanas; seguida de mais uma de US$ 4,2 bilhões para 384 organizações sociais que trabalham no combate aos impactos da Covid, e em junho de 2021, anunciou mais US$ 2,7 bilhões para 286 organizações. No último mês de março, a filantropa fez um novo post em seu blog, divulgando uma lista de 465 organizações que receberam US$ 3,8 bilhões.
Em seus raros e discretos pronunciamentos na plataforma Medium, é possível perceber que alguns termos se repetem e direcionam a forma como ela vem se tornando voz ativa na filantropia, principalmente quando o assunto é grandes doações. A seguir, elegemos três conceitos que vale destacar:
Diversidade de causas - a diversidade de causas é essencial para a proporcional multiplicidade de problemas enfrentados por populações vulneráveis. Para ela, todas têm sua razão de existir e, quando apoiadas, contribuem para a construção de uma sociedade mais justa por inteiro. “Nossa crença na diversidade de vozes também inspira nosso compromisso na busca por uma categoria de líderes locais. A liderança de pessoas que estão vivendo diretamente esses problemas é essencial”, afirma.
Colaboração - A bilionária defende que um dos requisitos fundamentais é que todas as pessoas envolvidas trabalhem juntas na busca por soluções. “Nós não assumimos que sabemos como solucionar um problema. Por isso não agimos em prol de uma política ou ação específica. Em vez disso, nós queremos um portfólio de organizações que contribuam com o desenvolvimento de capacidades para que todos possam propor soluções”, diz.
Confiança e Autonomia - Após um extenso processo na seleção das organizações que receberão as doações, a doação é feita ‘sem amarras’. Mackenzie vai de encontro ao modelo predominante de grandes doações, que traz inúmeras condições e amarras que, segundo a bilionária, podem ser muito onerosas e desvirtuar a real missão das OSCs. “Eu acredito que esta abordagem oferece a elas a possibilidade de fazerem escolhas diferentes das minhas, e é exatamente esse o objetivo. E essa confiança – recurso difícil de se medir – é um dos aspectos que mais tem sido valioso para muitas das organizações apoiadas”, defende.
A lista da filantropa inclui iniciativas brasileiras, como @fundobaoba, @fundobrasil, @fundocasasocioambiental, @fundoelas, @gerandofalcoes, @instituto.soudapaz, entre outros.
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